17/05/2010

como fazer uma rodilha

an(n)a, originally uploaded by Saloia.

Demonstrei como fazer rodilhas nestas entradas aqui na Saloia. Um dia gostaria de fazer uma exposição de rodilhas na sala das pias, aqui na Saudade. Por isso vou de começar uma série de grupos de trabalho, onde ensino aos partcipantes (de todas as idades!) a fazerem a sua própria rodilha. O «workshop» é grátis e o primeiro será no dia 28 de Maio, uma Sexta Feira à noite a partir das 21h00. Se estiver interessado/a peço para mandar um email para asbravas@gmail.com.

Workshop de fazer rodilhas.

Custo: Gratís.

Data: Sexta, Dia 28 de Maio, 2010.

Materais necessario: uma peça de roupa velha de preferencia uma t-shirt.

Onde: Café Saudade.

Rua Dr. Miguel Bombarda,6.

Sintra.

Hora:21h00.

Obrigada!

14/05/2010

mulheres a acartar

...visto por Jean Dieuzaide nos princípios de 1950 sur les routes de Portugal. Estão no livro intitulado, Portugal 1950 Jean Dieuzaide com texto de Eduardo Lourenço, 1998 da Editora En Vues.

27/04/2010

uma das vistas da casa do meu pai em Paredes do Vale

Não me lembro do nome da minha tia, a irmã do meu pai. Estava a falar com o Luís sobre ela mas não me lembrava do nome. Tenho tentado nos últimos dias imaginar falar com ela a ver se me lembro mas não vem á memória. Lembro me que ela era uma mulher bonita, voluptuosa, e alegre. Era uma senhora da cidade com um coiffeur grande e á Lisboa, assim como os ocúlos de moda também de tamanho XL. Em retrospectiva, ela nunca perdeu a essência dela de menina do campo com a sua à vontade na sua maneira de ser.

No fim de cada férias do verão na aldeia no Minho e sempre antes do regresso para os Estados Unidos visitávamos a minha tia na pequena mercearia dela numa rua junto ao Palácio da Ajuda. A minha tia morreu há muitos anos e morreu muito nova. Depois, as visitas à Ajuda lentamente pararam de ser. Lembro-me bem dos nomes dos filhos, meus primos, o Rui e a Paula, mas não o dela.

O meu pai conta que a minha tia foi para Lisboa muito nova para trabalhar como empregada domestica. Quando ela regressava a Sampriz, Ponte da Barca, trazia sempre uma escova de dentes e pasta dentifríca para o meu pai. Quando a pasta acabava o meu pai usava sabão azul para lavar os dentes. Lavava os dentes todos os dias, graças á irmã mais velha. Até hoje ele agredece á irmã por aquele gesto visto que ele tem todos os dentes e a primeira cárie dele aparaceu já ele tinha os quarenta e tal anos (eu também nunca tive, portanto temos os dois bons genes). A irmã de cabelo ruivo era como um raio de sol num cenario de pobreza e uma mãe (minha avó) dura que lhe batia e que segundo a minha mãe gostava muito de beber aguardente. Só a conheci duas vezes tinha eu quatro e oito anos mas não me lembro muito dela.

Eu acho que o meu pai nunca gostou muito da aldeia dele. Escolheu a aldeia da minha avó materna para construir a sua «casa de imigrante.» Acho que ali encontrou uma paz que não tinha na aldeia dele visto que ele era uma espécie de «ovelha negra,» nas coscuvilhices e mexericos que são próprias das aldeias em geral. Mas é do terraço da casa dele na aldeia da minha mãe que ele vê à distância a aldeia onde ele nasceu e cresceu. Ao princípio (quando éramos pequenas) ainda íamos á festa popular da aldeia dele, a da Senhora do Livramento, aonde por um lado, ele podia mostrar a todos os que não acreditavam que ele faria algo com a vida dele, que de facto eles estavam errados. Depois de alguns anos parámos de ir à festa do Livramento. Acho que o meu pai deve ter chegado a uma altura e a uma idade em que já não devia de se sentir preso pelas inseguranças da sua juventude e já não sentia uma ligação á terra que o viu nascer e crescer. Não sei.

Tenho de perguntar ao meu pai o nome da sua querida irmã....

21/04/2010

Originally uploaded by Saloia

o quarto da minha avó materna na casa dela em Paredes do Vale

A alcunha da minha avó lá na aldeia era "Branquinha". Não tenho imagens dela quando era nova mas ela devia ter mesmo pele clara e olhos acinzentados. Agora quando ela fica comigo aqui em Sintra trocamos de cenario onde sou eu que a ajudo no banho porque com os seus já 98 anos está frágil e tenho medo que ela caia. Quando ajudo a secar as perninhas noto que elas são pequenas e brancas e de pele ainda macia sem rugas em contraste com os seus pés avermelhados e unhas com fungos. O banho acaba sempre com "Deus te abençoe minha querida, Deus te ajude."

Aminha mãe conta que as moças de Paredes do Vale fiavam e faziam as suas próprias meias que usavam no campo com as socas. Quanda vinha a primavera e a festa da Senhora do Vale (a freguesia mesmo lá no baixo da serra) iam com as pernas branquinhas e sem arranhões. Ao contrário delas, as moças do Vale já não as faziam as suas próprias meias e as pernas frescas das de lá de cima da serra que vinham dançar à festa eram a inveja para umas e a alegria para outros. Que orgulho elas sentiam!

Lembro-me que o irmão da minha avó, o Domingos ou Domenic como era conhecido em Jersey City, New Jersey, era também loiro e de olhos azuis. Quando visitava a irmã em Norwood, Massachusetts, faziamos grandes jantares de família. Ele era como um urso grande e gentíl. Lembro me que ele gostava de comer a parte do frango que tinha o «cu» (ponha toda a criançada a rir com a sua declaração à mesa) e gostava muito de apostar em corridas de cavalos. Tanto que o seu filho, também Domingos, quando obteve sucesso no trabalho comprou uns cavalos para este destino.

A filha do Domingos, a Mary, minha prima de 2ª conheceu a minha avó já mais tarde quando eu já era quase adolescente. Foi na primeira viagem dela à Portugal com o marido. Pediu ao guia da excursão em que viajava pelo Minho para desviar a carrinha até à aldeia onde nasceu o seu pai. Nós, a família estavamos todos lá a espera deles: avós, tios, pais, primos. Fizemos uma merenda minhota ao por do sol. Quando a Mary viu a minha avó apontou para os sinais vermelhos que parecem umas estrelinhas nas caras das duas e embora a minha avó não entender muito inglês apercebeu as palavras da minha prima. Apontou para a estrela na cara branquinha da minha avó e disse lhe "See, same thing, same thing." A minha avó respondeu -lhe com ar brincalhona...."same ting, same ting."

Em Julho vem a rolinha com a estrela na cara a Sintra mais uma vez. Com o ajuda de Deus.....

12/04/2010

originally uploaded by Saloia.

eu na casa da minha avó materna

A minha avó usava um lenço de mão para guardar o seu dinheiro. Fazia dele um tipo de trouxa atado numa bolinha . Eu lembro-me que ela tinha vários lenços com dinheiro, escondidos nos roupeiros ou nas gavetas do quarto dela. Quando me queria dar dinheiro para as minhas despesas lá ia a minha 'rolinha' buscar as suas bolinhas. A minha avó tinha uma mala de mão, mas acho que só começou a usar uma regularmente quando emigrou para os Estados Unidos, já ela tinha os seus cinquenta e tal anos. Imagino que na sua vida de campo, na aldeia lá longe na serra pouco precisava de uma mala ou carteira. A vida dela consistia em cuidar dos animais, dos seus filhos e da sua mãe . A minha mãe conta que a minha avó não gostava de ir às feiras ou às compras no mercado da vila (Arcos de Valdevez). Em vez dela ia a minha mãe, ainda pequenina, com a irmã da minha avó. Essa minha tia avó gostava de dinheiro e de ir às compras!!

Hoje fui às compras para o café e não levei carteira. Como estava com pressa peguei numa nota de cinquenta, na chave do carro e nos sacos recicláveis para acartar as minhas compras. Quando cheguei ao mercado não tinha aonde guardar a nota e chaves. Não tinha lenço de mão, mas tinha um saco plástico pequeno que de repente serviu como uma espécie de trouxa aonde guardei a nota e as chaves e depois a factura das compras e o troco. Quando voltava de carro para o café de repente olhei para o saquinho e lembrei me das trouxinhas da minha avó.

Também não gosto muito de ir às compras, minha rolinha.

30/03/2010

andorinha

Gosto de bancos e mesas de trabalho. Esta tabua foi me oferecido por um artesão de galos de Barcelos que faz também andorinhas das mais toscas. Tem dois lados e vou o por ao lado deste. A minha colecção cresce e inspira....