I made a bag.
31/10/2010
30/10/2010
10.30.2010
Tenho quatro pedaços de titânio na coluna. Foram colocados numa operação já lá vão cinco ou seis anos. Para recuperar da cirurgia passei dois meses na aldeia da minha avó no Minho. Ao entardecer, quase todas as noites (para o fim já tinha encontrado outro espaço), a "Marilyn" tecia a teia dela na esquina das grades do jardim. Uma teia enorme mas ela também era de grande porte e tinha umas pernas formosas. Eu todas as noites esperava a Marilyn e ficava espantada com a técnica dela, a arte dela. Mirava e admirava ela por a próxima hora enquanto ela criava aquilo que a ajudava a sobreviver. A perfeição em moção. Nunca me esquecerei da Marilyn....
16/10/2010
Há projectos de vida, há sonhos, há a vida. Há os altos e os baixos. Existe as fachadas e depois há a verdade. Há dor. Há trabalho e o prazer. O tempo passa e esqueçemos quem somos ou talvez nunca soubemos quem eramos. Há coisas pequenas e grandes, a grandeza e a pequenez. Há vigor. Maldita ferrugem nas articulações e cérebro. Os acontecimentos da juventude, a meia idade e da velhice. Há tudo, nada, o nada, nada menos, nada mais, e às vezes mais alguma coisa. Muitas vezes.
Depois, há o espaço onde posso ir para coser uma manta caótica de retalhos em português e um boneco de linho em honra do «Eusébio». E pronto.
09/10/2010
nomes
base chavena
"brighter on the outside"
by Mary
Saber nomes é importante. Não sei o nome da minha trisavó materna! Ninguem sabe responder à pergunta. Nem a minha mãe ou tios, nem avó. É importante saber os nomes do passado. Gosto de saber que a minha avó paterna era Rosa Branca. As alcunhas da minha avó eram Branquinha ou Maria Bemposta. O meu trisavô era o Braguinha etc. É importante saber os nomes.
Gosto das colchas e dos nomes que ela os dá: Denise Schmidt.
07/10/2010
O Braguinha e a trisavó
base para chavena "cromo"
by mary
"O Braguinha" era o alcunha do meu trisavô materno. Sabemos que ele era professor e que vinha da cidade de Braga. Foi parar a Paredes do Vale, uma pequena aldeia paradisíaca, isolada mas com terra fertíl e agúa de nascente em abundância. Mas acho que foi o amor que fez com que o meu trisavô ficasse nesta pequena terra. Casou com uma senhora da Bemposta, Vale, a freguesia de Paredes. Ele ficou e convenceu a suas duas irmãs também para se mudarem para a aldeia. Elas casaram-se e viveram a sua vida em Paredes.
O Braguinha apaixonou-se e casou-se com uma tecedeira e costureira. Soube isto num dia esplendido deste verão. Foi a minha mãe que contou enquanto eu acolchoava a minha manta. Sem mais nem menos, a minha mãe começa a contar como a maquina de costura que o "Zé Cabaninhas", (o primo da minha mãe, era filho da Ana, a tia da minha mãe, e irmã da minha avô Maria, e filha da Rosa Cerqueira) lhe deu já há uns oito ou nove anos atrás e que ela guardou, era da bisavó dela. Eu fiquei surpreendida quando comecei a perceber que para ter uma maquina assim numa aldeia pequena queria dizer que para a minha trisavô isto era a sua profissão. A maquina é uma Singer. Dela só resta a carcaça de ferro forjado toda ferrugenta, mas que quando há mais de 100 anos a minha trisavõ a usava no seu trabalho devia ser mais ou menos assim. Tem todas as peças e a base da mesa também. Também guardado temos algumas das ferramentas que ela usava para preparar o linho. Suspeito que esta manta seja uma criação dela.
04/10/2010
"afinal sou pimbalheiro(a), pá"
Video do SIC Notícias,Grande Reportagem 13/09/2010:Discos Pedidos da rádio Terra Quente, de Mirandela, entra nas casas e nas vidas de dezenas de pessoas. Gostei de uma critíca que descreveu esta reportagem como "delicada". Concordo. Mostra uma realidade do nosso povo rural, mas que também podia se aplicar ao urbano também. De um simples tema, discos pedidos, (ou talvez não seja assim tão simples como eu pensava) esta reportagem torna-se interessante, tocante, e sim, «delicada.» Merece prémios.Bravo!