28/05/2007

Beira Interior

Dê um salto este fim de semana à Real, Mangualde para levar a casa a Dª Adelaide. Ela é mãe da Fatima que vive em Londres e com quem tenho uma amizade que começou aqui neste blog e que espero que dure até aos fins dos meus dias. Em Real, senti que estava em casa. A Dª Adelaide tinha vindo de Boston de uma visita à outra filha, Bela. A vida dela consiste de visitar as filhas e os netos e para cuidar dos seus hectares de oliveiras e vinhedos em Portugal. Estes frutos que dão o maravilhoso azeite que molhei o pão do pequeno almoço e o vinho do jantar. Ela trouxe nas suas malas (exactamente como a minha mãe faz) café de marca Americana. Este acto de trazer sempre um bocadinho da outra vida vivida no outro país casa vai fazer sempre parte do ritual do turista imigrante.

Gosto das pessoas das Beiras com os seus sotaques. Vim carregada de cerejas, azeite, ervas aromaticas, ervilhas, alface, cebola nova, repolho, azeitona e força.

Força porque não sou a unica a viver separações e reuniões. É bom saber que há mais pessoas lindas a viver no mesmo barco contigo.

13 comentários:

helena zália disse...

Que texto tão bonito! Sente-se a força dos laços que se criam entre as pessoas, sente-se a força da terra, ... lindo!
:))

Anónimo disse...

Que bonito :)

Os turistas emigrantes trazem consigo pedaços de países longínquos.

Mas podemos ser turistas emigrantes de mil formas... por gostarmos de trazer, por exemplo, de casa dos nossos pais e avós pedaços de outros tempos, de guardar escritos de amigos ou pessoas que admiramos por serem pedaços desses seres...

Podemos assim ser turistas emigrantes cá dentro :)

rafaela teves disse...

Oh Mary, como eu agora sei o que isso é!
Essa coisa de países-vários-casa, de cada vez mais a mala ser menos para os bocadinhos de cada lado.

Às vezes, sinto-me uma ampulheta...

sara aires disse...

Nunca somos de um sítio só...:)*

Eira-Velha disse...

Sabes, é o apelo das tuas raízes de Vilar Suente que te faz ver o lado bom das coisas da terra. Muitos da tua geração acreditam piamente que os legumes, a fruta, as batatas e o azeite nascem nas bancadas do continente, ou intermarché, ou carrefour, ou lidl, ou minipreço...
Eu, como sou um rústico dos sete costados, só tenho pena que assim seja.
Bem hajas por teres trazido até aqui um tema que me é tão grato.
As pequeninas falhas gramaticais que ´não lhe retiram mérito algum...
Um beijinho

Sofia Quintela disse...

Que bonito este teu post... eu também estou separada da minha querida mana e dói muito...

E que flores tão lindas são aquelas?? Não são papoilas pois não???

daniela disse...

ai que saudades da terra, vou lá no feriado! A mim a imigração traz-me lembranças tristes, lembro-me das longas viagens de comboio e da minha mãe a chorar cada vez que partiamos. Não sinto nostalgia quando penso nos anos que vivi em frança. Ainda bem que voltamos :)
Quanto ás cerejas e verduras também recebi esta semana , o meu irmão tb veio de lá :) tão bom!

saloia disse...

adorei os commentarios....

muito obrigada!

bjs
Mary

Anónimo disse...

Imagens com fotos e imagens com letras. muito bonito. e claro...aha..of course I remember! Fatima the elegant lady, with a young daughter and son, works in a bank, has bought some of Rosa's dolls. She bought some sweet baby clothes. She admired my quilts and even gave me her card. I meant to tell her when I'd made more but being the scat that I am, I know not which bulging drawer of papers it is in! Thank you for triggering my on-off memory. It was lovely to meet her. Please send her "um beijinho". Your blog is beautiful, full of treasures. I will stay and explore a some more. Although I'm not Portuguese, something resonated with me in Portugal when I lived there, and now part of me almost feels a foreigner in my own country. Or that there's another Alix that stayed there. Time and space, muito complicado pa.;-)

Anónimo disse...

Adorei!
Sandra Pereira

Anónimo disse...

por estes posts é que venho cá, e regresso... e regresso... sempre =)

saloia disse...

thank you so much Miriam :)

Carlos disse...

Mutio lindo poste. E a vida do immigrante. Nos vamos a Portugal com a nosa familia este verao. Eu vou com os meus pais e os meus filhos e minha mulheur para eles verem onde eu nasci e onde os meus pais naceram. Vamos ir a Gouveia. Abracos!