15/10/2005
Futebol e Cozido à Portuguesa
adenda: (Photo somente para alegrar o L.)
Foi no ultimo fim de semana, quando regressava para casa de um "swimming session" enquanto as notícias anunciavam que a selecção Angolana tinha- se apurado para os mundiais e o locutor a gritar "goooooolooooo.... é golo ....gooooooooooloo" que eu me recordei de a nossa casa em Tremont St. em Norwood. Especificamente, lembrei me e da casa da minha avó aos Domingos.
Se fosse dia de derby como hoje o meu avô só via azul.
O Domingo era o dia de Cozido à Portuguesa para a minha avó. Ela tinha este «ritual» porque o meu Tio Tony era casado com a Susie, a "sweetheart" dele desde dos 16 anos. A Susie era americana e o cozido à Portuguesa não fazia parte da prática culinária dela. Então o meu Tio Tony tinha sempre o cozidinho pronto para comer aos Domingos. Às vezes a minha avó até fazia" meatballs e spaghetti" (almondegas e esparguete com molho de tomate) para variar. Os meatballs da minha avó eram famosos e foi um dos poucos se não o único prato de comida americano que a minha avó aprendeu a fazer nos Estados Unidos. Fosse qual fosse o prato, o Tio Tony e quem mais quisesse, subiam para o terceiro andar no Tremont St. e comiam uma comidinha caseira da mãe.
Aos Domingos, encontrava-se sempre o meu avô em frente ao rádio dele, literalmente a centímetros de distância do rádio com a cabeça virada de lado a escutir o relato da bola transmitido pela Antena 1 de Portugal. Este ritual começava no principio da jornada e so acabava no último jogo da jornada. Eu gostava quando jogava o Porto, o clube de coração dele. Quando o Porto marcava ele aumentava o volume do rádio para o máximo para todo o bairro ouvir. Se o Porto ganhava ele saia com a camisola do Porto vestido e la ia ele ter com os amigos tambem Portistas beber um copo. Quando perdiam ninguém o via o resto do dia. O meu avô que não lia jornais porque não sabia ler discutia a bola melhor de qualquer commentador da bola hoje em dia.
Mais tarde quando ele veio viver para Portugal e eu o visitava em Paredes o meu avô era iqual a ele próprio. Agora via a bola na televisão mas mesmo em frente muito juntinho à televisão.
O meu avô e o meu Tio Tony não tinham uma relação muita próxima. O meu avô foi sempre um pai distante. Mas o meu Tio Tony tambem era um Portista...era só azul para ele. Aos Domingos, eles entendiam-se com um bom jogo de bola e um bom prato de cozido à Portuguesa. Viva o Porto!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
6 comentários:
Que texto lindo querida Saloia. Fazes-nos relembrar o melhor dos valores nacionais: a familia, e sou-te grata por isso.
Um beijo muito grande
Mary, porque só o futebol junta algumas familias?
Gostei do teu post e parece que voltamos aos dias de "ontem",
Jinhos de saudades
Sabes, uma das poucas coisas coisas q recordo do meu avô (irmão do teu), era ao domingo à tarde sentarmo-nos com ele a ver o futebol. Havia um jogador na Académica chamado Nicolau, a quem ele achava imensa graça (era mto alto e a correr era todo desengonçado)... um must mesmo, essas tardes de futebol...
foi só p partilhar a afinidade :)
Sweet kisses
Thorn
Dear Musas
O que é importante é que estejam mesmo juntas não é? Haver se para a proxima tambem estamos!
Thorn
Não sabes como gostei tanto de ler o teu commentário! Aindo me lembro do meu tio (teu avÔ) quando ele estive na mesma casa em Tremont ST. com o irmâo. BJSXOXO
Tita
thanks e um bj para ti.
ó 4 calma ai ehhh.
bjs grandes
Viva o Benfica! ;)
Viva o Sporting!
Enviar um comentário